segunda-feira, 22 de setembro de 2008










Artigo Hiperatividade Escola:
Prazer ou terror?


As aulas se reiniciam; momento prazeroso para uns e temeroso para outros, para os pais, alunos e professores.
Atualmente a escola tornou - se uma atividade obrigatória e o êxito escolar passou a representar um papel importante de realização pessoal e sócio – econômica. E com isso as dificuldades e/ou fracasso passaram a representar um terror para muitas famílias e entre as varias causas deste insucesso encontramos, talvez entre uma das mais freqüentes a Hiperatividade e é dela que falaremos neste espaço.
A Hiperatividade é um desvio de comportamento caracterizado pela diminuição da persistência e consistência na realização das atividades diárias (como assistir TV, realizar tarefas escolares, participar de jogos dentre outros) e pela excessiva movimentação de corpo (pernas, braços, mãos, cabelo, etc.), pela impaciência constante que promovem mudanças freqüentes de atividades, e pela capacidade de mexer em tudo, sem necessidade e sem propósito, pela falta de limites e pela falta de noção do perigo.






A criança hiperativa não necessariamente deverá apresentar todas estas características e estas também variam de intensidade dependendo de fatores circunstanciais. Embora a hiperatividade ainda não possua uma definição estritamente precisa e aceita universalmente, todos os especialistas no assunto reconhecem que ela altera de forma significativa o comportamento, o relacionamento e a adaptação da criança ao meio social, escolar e familiar.
A hiperatividade é uma das causas mais freqüentes da dificuldades escolares podendo ocorrer na idade pré – escolar na faixa de 10% e na idade escolar na faixa de 5% a 7% das crianças. Atualmente muitos adolescentes e ate adultos têm buscado auxilio para essa disfunção. Para ajudar e recuperar a criança com esse distúrbio torna-se imperativo uma cooperação mutua entre os pais, a escola (em particular os professores) e todas as pessoas que convivem com a criança. O diagnóstico da hiperatividade nem sempre é fácil de ser realizado e se encontra comprometido pela subjetividade da avaliação que dificulta a verdadeira interpretação da situação. A avaliação depende do grau de tolerância das pessoas que convivem com a criança, do momento e da situação em que a criança esta sendo avaliada; pois a hiperatividade não se manifesta de forma constante e regular em todas as situações e instantes. Muitos pais costumam fugir ou ignorar o problema e também as vezes passa despercebido pelos professores que acreditam ser a criança apenas peralta e preguiçosa. Anos atrás podíamos encontrar crianças hiperativas encaminhadas para escola especial apenas pela falta de um diagnostico adequado.
Na suspeita de hiperatividade devemos encaminhar a criança/adolescente para avaliação com especialistas (neurologista infantil, psicólogo, fonoaudiólogo ou psicopedagogo). A hiperatividade pode ser observada na criança desde os primeiros meses de vida, embora torne-se mais exuberante nas crianças em idade pré-escolar e escolar.







Para suspeitarmos da presença da hiperatividade devemos observar se a criança apresenta alguma destas caracte
rísticas:
· Trocam de brinquedo e/ou atividade com muita freqüência pois não se satisfazem com nenhum.
· Não permanecem sentadas à mesa durante as refeições.
· Não possuem noção do perigo e precisam ser vigiadas com freqüência.
· Ao brincar não conseguem se fixar, durante algum tempo na mesma atividade pois perdem rapidamente o interesse e procuram uma nova atividade.
· Conversam muito mudando de um assunto para outro rapidamente, mesmo antes de concluir o assunto anterior.
· São extremamente desatentas não conseguindo fixar o foco de atenção, qualquer estimulo é suficiente para desviá-la do foco inicial.
· São desorganizadas nas atividades da vida diária e pessoal.
· Não conseguem finalizar tarefas.
A hiperatividade pode envolver vários fatores entre eles o fator da disfunção orgânica, genética, psicológica e ate mesmo social. O distúrbio ainda não tem uma causa única comprovada. Sabe-se que seus portadores produzem menos dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração, que atua com maior intensidade nos gânglios frontais do cérebro. Isso explica o fato de os hiperativos não se concentrarem e esquecerem facilmente o que lhes é pedido. Pela alta incidência em menino (cerca de 80% dos casos) acredita-se que o problema possa estar relacionado também ao hormônio masculino testosterona.
Três fatores principais ajudam a distinguir o hiperativo da criança que tem apenas um distúrbio de atenção mais leve e daquela que busca apenas chamar atenção: - continua agitação motora; - impulsividade;- impossibilidade de se concentrar.
Essas atitudes devem ser constantes durante pelo menos seis meses seguidos. Uma vez estabelecido o diagnóstico da hiperatividade devemos iniciar o tratamento que deve ser multidisciplinar pois o quadro envolve o uso de medicação (quase sempre),do psicólogo, psicopedagogo, e participação da família e professores.
Acredito que o reconhecimento e o adequado encaminhamento destes casos diminua em muito o insucesso escolar (repetência) assim como a insatisfação e intranqüilidade familiar. Se percebermos e tratarmos as crianças hiperativas, estaremos contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dessas crianças e de seus pais, familiares, amigos e professores.
Saiba mais: TDAH = Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. É o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância. Aproximadamente dois por cento dos adultos podem sofrer de TDAH. TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças de idade escolar.
Principais conseqüências do TDAH:- Baixo desempenho escolar- Dificuldades de relacionamento- Baixa auto-estima- Interferência no desenvolvimento educacional e social- Predisposição e distúrbios psiquiátricos.
Atenção: No site http://www.tdah.org.br/, da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) divulga um teste para auxiliar no diagnóstico da hiperatividade. Para o teste ter validade, os sintomas devem aparecer antes dos 7 anos de idade e persistir por pelo menos 6 meses.

Nenhum comentário: